segunda-feira, 14 de abril de 2008

A celulose é um polímero de "cadeia longa" composto de um só monômero, carboidratado, classificado como polissacarídeo. É o componente estrutural primário das plantas e não é digerível pelo homem. Alguns animais, particularmente os ruminantes, podem digerir celulose com a ajuda de microrganismos simbióticos (veja metanogênese). É comum nas paredes celulares de plantas, tendo sido assim notado pela primeira vez em 1838. Ela está naturalmente na maioria das fibras puras de algodão, sendo encontrado em toda planta na combinação de lignina com qualquer hemicelulose.

Obtenção e aplicações
Industrialmente, a celulose é extraída da madeira de árvores como o pinho, o eucalipto ou o abeto ou de plantas herbáceas com grande quantidade de celulose no talo, como a cana-de-açúcar, diversas gramíneas e juncos. O algodão puro é formado em 99,8% de celulose. Outras fibras têxteis, como a juta, o cânhamo, o rami e o linho também possuem grande proporção desse polissacarídeo. Conforme o tipo de árvore se obtém a celulose de fibra curta ou de fibra longa. Esta característica torna o papel resultante mais absorvente ou mais resistente, respectivamente.
Para se obter a celulose, a matéria-prima (troncos ou talos herbáceos) deve ser limpa e descascada e depois submetida à trituração mecânica em máquinas de lâminas múltiplas. O material triturado é tratado com barrela quente, ou com
bissulfito de cálcio ou sulfato de sódio, para dissolver a lignina - substância que une as fibras da celulose. Posteriormente, o produto é lavado, depurado e embranquecido.
Utiliza-se a celulose na indústria de papel e na extração de fibras artificiais como o
raiom, também chamado seda artificial. Obtém-se o raiom por diversos processos, que produzem diferentes tipos de fibra adequados a usos específicos. Assim, por exemplo, o "raiom viscoso", que se obtém pelo aquecimento da celulose com soda cáustica, é misturado ao algodão e outros produtos para fabricar uma grande variedade de tecidos. A partir da celulose fabricam-se também vernizes, explosivos e o celulóide que serve de suporte a filmes fotográficos e cinematográficos.
Etanol celulósico é o etanol obtido a partir da celulose. Há dois principais processos para produzi-lo. Em um deles a celulose é submetida ao processo de hidrólise enzimática, utilizando uma enzima denominada celulase. O outro processo, que é utilizado com menos freqüência, é composto pela execução sucessiva das três seguintes fases: gasificação, fermentação e destilação.